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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Aparando as arestas

Tenho pensado muito no meu processo de emagrecimento e, porque não dizer, mudança de vida. Iniciei esse processo em Setembro/2012 e desde então descobri muito sobre mim. Descobri a causa da minha dependência em comida e a também a causa da minha dificuldade em fazer atividade física. Desde a infância, fui criando mecanismos para me sentir mais confortável e conseguir lidar com minhas angústias e a comida se aloca exatamente aí, como a "única saída" que eu achava existir pra mim. Vi que teria que reaprender a lidar com a comida, enxergando-a somente como alimento, como algo que eu preciso para meu corpo sobreviver e não para me FAZER VIVER.

Acredito que a RA seja realmente um processo de mudança de hábitos e como tal, tem que ser frequentemente repensada e ajustada. Tenho vários pensamentos e atitudes que ainda sabotam minha perda de peso e observando tudo, percebo que existe uma válvula, um gatilho. 
Sabe a coisa do Alcoólicos Anônimos - Evite o primeiro gole?
Tenho percebido que pra mim, vale a máxima do "Evite a primeira mordida". 
Quando eu como algo que desencadeia minha compulsão, tenho muita dificuldade em parar e aí acabo por mentir pra mim mesma com aquela velha história do "só mais umzinho não tem problema" ou "é pequenininho, não tem problema comer 2".


Sábado fui a festa de uma grande amiga e lá a mesa estava recheada de salgadinhos  São  coisas que eu já percebi que me tiram do eixo. 
Eu me senti tentada diante da mesa a pegar um desses, mas fui firme e me mantive agarrada à mão do meu marido (que, aliás, tem uma força de vontade imensa!). Ele percebeu a minha tensão e só me disse assim: Você consegue!
E eu consegui. Pela primeira vez na minha vida eu não comi um salgadinho sequer numa festa. Também não comi bolo.

Na volta, conversando no carro falei isso pra ele e ele me perguntou como eu estava me sentindo (é...ele é meu psicólogo às vezes). Eu disse que estava numa mistura de sentimentos. Me senti um pouco desconfortável por ter "desperdiçado" a chance de comer o que eu gosto tanto  mas senti também que consigo viver sem me empanturrar de salgadinho. Depois dessa constatação, me senti vitoriosa por ter conseguido dizer não e acho que esse é o caminho para a minha reeducação. É entender que não posso escapar ou me dar descanso, afinal quem se reeduca, para com os velhos hábitos errados e no meu caso são os piores hábitos possíveis porque salgadinhos não servem pra nada além de engordar. 

Desfazer daquilo que achava imprescindível é muito difícil, tem coisas que parecem enraizadas na gente, mas pensando pelo lado lógico: Como um "alimento" feito de trigo e gordura pode ter tamanha importância para uma pessoa? Como dou prioridade a algo que não me serve de nada e pior, ainda me faz mal?

Parece loucura pensar isso e acredito que algumas pessoas que irão ler esse post imaginem que sou exagerada ou algo assim. Escrevendo é que estou me dando conta da importância que eu dei até hoje a isso. 
Lembro que minha mãe sempre trabalhou fora e eu ficava em casa sozinha com minha avó que não era exatamente um modelo de pessoa carinhosa. Minha mãe, sempre que chegava do trabalho, trazia coxinha, empadão ou outro salgadinho e eu via aquilo como um carinho, como a forma que minha mãe tinha pra dizer que pensou em mim no momento que comprou  (cheguei a essa conclusão através da terapia). Sentia muita falta da minha mãe durante o dia e a comida que ela trazia  unida ao colo que me dava quando chegava do trabalho, me confortavam. 
Trabalhar minha mente para entender que existem outras coisas que confortam é o meu desafio. Não sou mais criança então não preciso pensar como uma. Não preciso de coxinha para não me sentir carente, preciso do carinho e hoje, adulta, tenho acesso fácil aos carinhos de meu marido, minha filha, meus amigos e até minha mãe. É essa resignificação dos pensamentos infantis que tem feito sentido pra mim e me ajudado na busca por uma saúde melhor.

É isso, pessoal. Foi um desabafo (desculpem o tamanho). 

Tenho esse problema. Preciso escrever porque, lendo, minha ficha cai e eu consigo dar mais um passo à frente. 
Obrigada por estarem aqui!



5 comentários:

  1. Kel,

    Me identifico muito com você! Começamos com pesos parecidos, em datas próximas, o nosso processo de RA e agora estamos com pesos parecidos novamente. E, mais, tenho o mesmo problema de não saber quando parar. O meu vilão, no caso, é o chocolate, e por isso decidi não comê-lo por um tempo suficiente para que ele já não tenha tanta importância pra mim.

    Gostei muito do seu texto e me vejo em várias partes dele. O fator complicador pra mim é que moro sozinha e ainda não encontrei fontes constantes de carinho como vc tem. Mas, uma hora vem!

    Seguimos juntas!

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  2. Kel minha flor muito 10 esse seu post!!
    Temos que ter em mente que RA é um processo para seguirmos pra vida toda, e que para sermos felizes não dependemos de alimentos, muito menos esses alimentos que não acrescentam nada de bom em nossa vida!!
    Parabéns pelo controle minha linda, e vamos seguindo nesse pensamento de que evitar é melhor do que tentar consertar depois!!
    Beijos Gih♥

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  3. KEEEL, adoreeei o post..
    e tem q ser pra vida toda sim!!!
    =/
    eh dificil mas vamos consgeuir.
    bjssssssss

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  4. Adorei o post, penso sempre nisso, tenho uma amiga que chupa bala o tempo todo, muita mesmo eu só penso nisto, algo com corante, açúcar e algo p dar sabor que besteira, as nossas mudanças serão para o resto de nossas vidas porque estamos cocientes do que queremos e assim sera p o resto de nossas vidas. Grande Beijo.

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  5. Kel, me li aí!
    Realmente tenho esse problema com a primeira mordida, o primeiro pedaço, uma coisa que percebi é que tem dias que vou perfeitamente na R.A mas comer um pedacinho daquilo que é meu ponto fraco derruba todo o processo a compulsão toma conta... É ótimo essa ligação com seu marido essa força que ele te dá estando do seu lado! isso é companheirismo. Que Deus abençõe a cada dia mais vocês...
    A compulsão está ligada a alguns fatores, que bom que tem descoberto e aprendido com eles e conseguido o mais dificil evita-los!
    Pro que precisar, pode contar comigo! Beeijos

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